O ano de 2020 foi marcado pela pandemia da Covid-19, levando o comércio a fechar as portas durante determinado tempo. A maioria das empresas aderiu ao trabalho home office e assim as ruas ficaram mais vazias, estabelecendo um cenário desolador nos principais centros urbanos do país.

Com o passar desse período difícil, as lojas físicas ganharam um novo fôlego a partir da flexibilização do isolamento social que levou a reabertura do comércio. No entanto, uma das preocupações agora é a continuidade do home office, já que isso pode afetar as vendas.

A natureza do trabalho mudou com o Home Office

Ao sair nas ruas do centro de São Paulo ou do Rio de Janeiro, por exemplo, percebemos que houve uma grande redução na quantidade de pedestres. Muitas dessas pessoas que antes transitavam em lojas e restaurantes eram funcionários de empresas da região.

Porém, com fechamento de alguns negócios e a adoção do trabalho remoto por grande parte das empresas, muitos profissionais deixaram de circular pelas ruas. Como resultado, há menos pessoas fazendo compras nas lojas, almoçando em restaurantes e frequentando os shoppings. Assim, o que resta aos comerciantes é competir para conquistar a atenção do reduzido número de clientes.

Comércio ainda patina

Não há dúvidas que nas principais capitais brasileiras, o comércio ainda patina. De acordo com dados da FecomercioSP, na capital paulista, mais de 17 mil estabelecimentos varejistas devem fechar as portas em 2021. Isso deve levar ao aumento do desemprego em São Paulo, já que em torno de 130 mil pessoas serão demitidas.

Os restaurantes também foram atingidos de forma drástica, já que desde o início da pandemia, em torno de 12 mil bares e restaurantes encerraram suas atividades. Antes da pandemia, o Brasil registrava 1 milhão de estabelecimentos ativos, agora, cerca de 30% devem fechar as portas de vez, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Home office deve permanecer pós pandemia

Não há dúvidas que as principais metrópoles do país mudarão sua dinâmica, assim como as formas de trabalho. A pandemia estimulou muitas empresas resistentes ao home office a aderirem a esse formato de trabalho. Dessa forma, estima-se que de 30% a 40% dos funcionários que hoje trabalham em casa devem continuar realizando suas atividades pós pandemia.

No exterior, grandes empresas de tecnologia como Facebook e Google já definiram que o home office será estendido até julho de 2021. No entanto, ainda existe a possibilidade de adotarem de forma definitiva. No Brasil, a Petrobras, Nubank e XP anunciaram a flexibilização das regras para o trabalho administrativo em seus escritórios.

Ao prevalecer essa tendência, é possível que muitas famílias se mudem para áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos em busca de aluguéis mais baratos e melhor qualidade de vida. Por outro lado, essa migração poderá ser compensada pela chegada de jovens profissionais no mercado de trabalho.

Fatores que as lojas físicas devem considerar

As empresas que pretendem expandir seus negócios devem considerar as novas tendências para alcançar bons resultados. Antes de mais nada, é preciso ignorar os dados pré-pandemia porque estão todos defasados. Por exemplo, a região da cidade que era boa para abrir uma loja, agora pode ser “regular” ou “ruim”.

Além disso, a concorrência digital também é um fator que precisa de atenção em qualquer planejamento estratégico. Agora, não basta apenas analisar os concorrentes localizados no mesmo bairro, é importante verificar quais lojas virtuais ou aplicativos estão no mercado atendendo seu público-alvo.

Por fim, antes planejar a expansão da sua loja física, analise o comportamento do consumidor pós-pandemia. Dessa forma será possível fazer melhores escolhas ao abrir uma nova filial.